"Sem música não há vida, não há vida sem música"





domingo, 11 de setembro de 2011


Scopitone (6)

Os Scopitones podiam ver-se e ouvir-se, tal como os Soundies, em espaços públicos - bares, restaurantes, clubes nocturnos. Se o fim dos Soundies na década de 1940 nos EUA terá sido ditado pelos interesses dos proprietários das salas de cinema e das empresas de exibição, bem como pela redução da produção das máquinas Panoram, devido às restrições da guerra (vd. www.chambel.net), um outro meio de comunicação em ascensão terá ditado o fim dos Scopitones em França no final da década de 1960.  Esse outro meio de difusão de som e imagem iria substituir os Scopitones e integrá-los na sua produção. Ao longo da sua evolução, esse meio de comunicação iria invadir o espaço privado das casas e ao fim de algumas décadas espelhá-lo até quase com ele se confundir, banalizando-se em programas como os reality shows, e perdendo o potencial estético e cultural que tivera a princípio. E os dois espaços confundir-se-iam de facto, não fosse a ironia dos processos: se o emissor se transforma em receptor, o passo seguinte foi acontecer também o inverso, aquilo a que estamos a assistir na contemporaneidade, o receptor transformar-se, por sua vez, em emissor. É afinal o mote do YouTube, Broadcast Yourself, i.e., "Sê tu próprio um emissor."

(a continuar)

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