Scopitone (10)
Esta versão de Johnny Halliday do sucesso do grupo espanhol Los Bravos, "Black Is Black", em francês "Noir c'est noir", filmada em Scopitone em 1966, é um caso raro de
consciência estética nestes vídeos. O realizador Alain Brunet usa o filme a cores para acentuar o contraste preto/branco que é dado através sobretudo do cenário, respondendo ao desafio da letra da canção. O vídeo poderia ser um filme a preto e branco, não fosse o rosto do cantor e das bailarinas e o fato laranja de uma delas. As cores servem para sublinhar a estética e a lógica do preto e branco, mostrando uma muito consciente utilização da cor, incluindo e sublinhando o preto e branco, que é afinal também uma opção de cores. O realizador filmou a cores o preto e branco, aludindo à estética do filme a preto e branco, e mostrando simultâneamente que o preto e branco é também, à sua maneira, "a cores". Uma maneira mais concentrada, mais apropriada para dar contrastes e mais propícia à reflexão, mas isto exigiria um texto mais longo e excede o âmbito desta minha nota de hoje. Desde já se diga, no entanto, que o que notoriamente falta nesta versão a cores do preto e branco são as sombras, todas as nuances e variações do cinzento. Isso, a cor não pôde - ou não quis - dar neste caso, já que se partiu de uma versão bipolarizada da relação preto / branco no fundo em xadrez: no lugar da paleta de cinzentos estão as outras cores, para além do preto e do branco.
consciência estética nestes vídeos. O realizador Alain Brunet usa o filme a cores para acentuar o contraste preto/branco que é dado através sobretudo do cenário, respondendo ao desafio da letra da canção. O vídeo poderia ser um filme a preto e branco, não fosse o rosto do cantor e das bailarinas e o fato laranja de uma delas. As cores servem para sublinhar a estética e a lógica do preto e branco, mostrando uma muito consciente utilização da cor, incluindo e sublinhando o preto e branco, que é afinal também uma opção de cores. O realizador filmou a cores o preto e branco, aludindo à estética do filme a preto e branco, e mostrando simultâneamente que o preto e branco é também, à sua maneira, "a cores". Uma maneira mais concentrada, mais apropriada para dar contrastes e mais propícia à reflexão, mas isto exigiria um texto mais longo e excede o âmbito desta minha nota de hoje. Desde já se diga, no entanto, que o que notoriamente falta nesta versão a cores do preto e branco são as sombras, todas as nuances e variações do cinzento. Isso, a cor não pôde - ou não quis - dar neste caso, já que se partiu de uma versão bipolarizada da relação preto / branco no fundo em xadrez: no lugar da paleta de cinzentos estão as outras cores, para além do preto e do branco.
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