Suzi Quatro, "I´m an Indian Too", da peça musical Annie Get Your Gun de Irving Berlin, na produção londrina de 1986

"Dream", de Johnny Mercer

À Cannes, cet été

Decorre o Festival de Cannes, e apesar de não ser ainda verão, aqui fica o convite de Boris Vian, cantado por Henri Salvador!

LeipJAZZig na Cervejaria Hopfenspeicher, Tribute to Jerry Mulligan

Uma encantadora noite de jazz na Cervejaria Hopfenspeicher de Leipzig com Frank Nowicky (saxofone), Marcus Horndt (piano), Thomas Moritz (contrabaixo) e Peter Jakubik (bateria). Obrigada à Fernanda pela excelente companhia e também às nossas companheiras de mesa e conversa, Claudia e Renate - a comida na Hopfenspeicher também se recomenda, para já nem se falar na cerveja! A cervejaria / restaurante, que oferece um Biergarten muito agradável na estação mais quente, fica junto de uma fábrica de cerveja (o nome alude a isso, Armazém de Lúpulo).

Ter sido o meu primeiro vídeo com montagem tem a vantagem de poder à vontade prometer que, para a próxima vez, me sairei melhor... bem, isso, pelo menos, não há-de ser difícil!

Uma ou duas canções por dia

"Mini Mini Mini"
Masculino / Feminino com Hardy - Dutronc

www.youtube.com/watch?v=PTLrFi2fe8M

Gostaria de o ter aqui disponível, mas espero que possam ver e ouvir o vídeo com a canção "Mini Mini Mini" interpretada por Françoise Hardy e Jacques Dutronc, seguindo o link acima indicado. É curioso rever canções interpretadas nos anos 1960 em França por pares célebres, pois de algum modo vem à superfície o debate sobre o género, já que a década foi próspera em movimentos reivindicativos da juventude, que passavam muito pela afirmação na música popular.

É assim que esta canção, sobretudo uma crítica ao mundo da publicidade, acaba por versar também, de modo muito irónico, o tema masculino / feminino, mais conhecido através do filme de Jean-Luc Godard de 1966, Masculin - Féminin. Com música de Jacques Dutronc e letra de Jacques Lanzmann, "Mini Mini Mini" é uma lengalenga de trocadilhos com as palavras "mini" e "maxi", uma crítica à substituição dos termos mais óbvios "petit" e "grand" na publicidade. A antinomia "mini / maxi" desenvolve-se usando a táctica mais comum da linguagem publicitária, a repetição, numa enumeração em nonsense, que mostra justamente a falta de sentido desse tipo de linguagem, apelando mais ao nosso inconsciente e muito pouco à nossa razão. A música, ritmada e repetitiva, acentua essa mesma postura crítica da letra. O vídeo, a preto e branco, vai mostrando alternadamente Jacques e Françoise em tamanhos mini e maxi. Durante a lengalenga, só Jacques canta, num tom agressivo e semi-enfadado. Mas, no final, Françoise faz uma desmontagem da linguagem publicitária, dizendo, sem música, o seguinte texto à la Palisse, ridicularizando, com um humor que desarma argumentos, o uso de "mini" e "maxi" na publicidade:

"Eh bien, je porte des mini-jupes simplement parce que je n'ai pas des mini-jambes; si j'avais des mini-jambes, peut-être je porterais des maxi-jupes. Évidemment en France pour ce qui est la façon de s' habiller, les gens quelquefois ont un mini-esprit - alors qu' en Angleterre, regardez, tout le monde porte mini-jupe, même les Écossais!"